Ter filhos pequenos em casa é viver em constante movimento. Choros, brinquedos espalhados, refeições apressadas. No meio desse caos doce, eu encontrei uma ajuda inesperada: plantas.
Nunca fui uma grande conhecedora do universo verde. Mas a vontade de tornar o lar mais acolhedor me levou a trazer algumas plantinhas pra dentro de casa. E, sem perceber, elas começaram a transformar nossa rotina familiar.
Não foi só a estética que mudou. Foi o ritmo. As plantas criaram pausas no nosso dia, momentos de presença verdadeira. Coisas pequenas, como regar uma folha ou notar um novo broto, viraram oportunidades de conversa, conexão e até educação emocional.
1. Lavanda: o cheiro que acalma
A lavanda foi a primeira planta que trouxe para perto das crianças. Coloquei um vasinho no quarto e, em pouco tempo, notei como o aroma suave ajudava na hora do sono. Criamos um ritual: todos os dias, antes de dormir, sentávamos perto dela, respirando fundo. Para meus filhos, virou uma brincadeira; para mim, um respiro de paz.
Além de seu perfume delicado, a lavanda foi um convite ao silêncio. O momento de cheirar a planta e fechar os olhos virou quase uma meditação infantil. E eu, que tantas vezes me vi correndo para colocar todos na cama, comecei a desacelerar também.
2. Alecrim: nosso tempero favorito
Ter um vasinho de alecrim na cozinha despertou o interesse das crianças pela comida. Eles começaram a perguntar o que era aquilo, a querer cheirar, tocar, experimentar. Hoje, ajudar a “colher” o tempero virou parte das refeições. Além disso, o aroma do alecrim deixou o ambiente mais acolhedor e familiar.
É incrível como algo tão simples pode estimular a curiosidade. Com o alecrim, vieram perguntas sobre terra, água, sol. Me vi ensinando coisas que nem lembrava direito — e aprendendo junto. A comida também ganhou outro sabor, mais afetivo, mais nosso.
3. Suculentas: primeiras responsabilidades
Com seus formatos curiosos e cores variadas, as suculentas conquistaram os pequenos. Escolhi algumas mais resistentes e deixei cada criança responsável por cuidar de uma. Regar, observar as folhas, notar o crescimento. Pode parecer simples, mas ensinou sobre paciência e constância.
Teve dia que esqueceram de regar. Outros, regaram demais. Aos poucos, entenderam que a planta sente, responde, vive. Foi o início de uma nova fase: ensinar responsabilidade com plantas virou parte da nossa rotina.
4. Hortelã: o toque refrescante da tarde
A hortelã virou estrela dos nossos chás gelados e limonadas nos dias quentes. Fácil de cultivar, ela virou motivo para idas ao quintal e conversas sobre sabores e cheiros. Os meninos adoram amassar as folhas entre os dedos e descobrir o frescor.
Começamos a criar juntos “receitas da tarde” usando hortelã. Um suco diferente, um chá inventado. Foi uma maneira de brincar e se alimentar bem. Um hábito que uniu prazer, saúde e tempo de qualidade.
5. Espada-de-São-Jorge: proteção e tradição
Minha avó sempre dizia que essa planta protege a casa. Resolvi adotar o costume. Coloquei uma espada-de-São-Jorge perto da porta e contei a história para os pequenos. Virou símbolo de proteção e conexão com nossas raízes.
Essa planta virou ponto de conversa sobre família, passado e crenças. Agora, toda vez que alguém entra em casa, um deles corre para mostrar “nossa guardiã verde”.
Outro costume que resgatei foi o uso da arruda em casa. Muita gente cultiva essa planta poderosa, mas nem percebe que está fazendo isso do jeito errado — vale a leitura deste alerta prático sobre o cultivo da arruda.
6. Criando um cantinho verde juntos
Com o tempo, criamos um “cantinho das plantas” na varanda. Um espaço simples, com vasinhos coloridos, ferramentas pequenas e plaquinhas feitas à mão. Lá, cada criança tem sua área e pode plantar, cuidar, inventar.
Esse canto virou refúgio. Quando o dia está agitado, vamos pra lá. Não precisa ter brinquedo, nem roteiro. Só a presença de cada um, ao lado daquilo que está crescendo com a gente.
Outro dia mesmo, trouxemos uma orquídea amarela pra esse cantinho. Descobrir seu significado junto com os pequenos foi especial — se você também se encanta por simbologia, vale ver o que representa a orquídea amarela.
Pequenos rituais, grandes conexões
Não imaginei que algo tão simples quanto trazer plantas para dentro de casa teria tanto impacto. Cada vasinho virou ponto de encontro, aprendizado, conversa. As plantas nos ajudaram a desacelerar e viver os dias com mais presença.
Se você pensa em começar, vale a pena conhecer as orientações da Embrapa sobre o cultivo de plantas medicinais em casa. É um guia simples e seguro para quem tem crianças por perto.
E por aí? Qual planta já faz parte da sua rotina com os pequenos? Me conta: adoraria saber o que cresce aí dentro e aí fora também.